Luizianne e o efeito bumerangue

domingo, 4 de março de 2012

Da coluna Menu Político, no O POVO, neste domingo (4), assinada pelo jornalista Luiz Henrique Campos:
Não devem estar sendo fáceis para a prefeita de Fortaleza Luizianne Lins os últimos dias. Aguentar calada as críticas do secretário Ivo Gomes e de outros próceres governistas, sobre impasses criados pelo município no que diz respeito a ações do governo estadual na Capital, é uma atitude que não condiz com seu perfil. Os que a conhecem desde a época de militância estudantil sabem bem que a atual presidente estadual do PT não é de levar desaforo para casa, muito menos de engolir sapos como faz a maioria dos políticos para atingir objetivos previamente traçados.

Por ter esse temperamento arrojado e agressivo às vezes, construiu sua carreira, angariou adeptos, fãs até, e chegou a ser prefeita de uma das mais importantes cidades do País. Como tudo tem dois lados, não faltam inconvenientes para quem age dessa forma, principalmente quando se ocupa um cargo como o dela. Fato, porém, que a prefeita parece querer ignorar nesses quase oito anos à frente dos destinos de Fortaleza. Do episódio registrado no começo de seu governo, quando não cumprimentou Lula durante solenidade oficial em Brasília, passando por processos traumáticos de eleições à presidência da Câmara Municipal, Luizianne tem abusado, digamos, dos arroubos, para conduzir seus gestos políticos.
Como a velha máxima de quem diz o que quer, ouve o que não quer, também é usual na política, foi justamente de um desses gestos que a prefeita sentiu o peso de suas próprias atitudes e recuou. O efeito bumerangue do lançamento do nome de Pimentel à Prefeitura, em provocação a Cid, foi o estopim que faltava para azedar a relação que já não andava bem. Mas por que Luizianne, tão boa de briga, silenciou sobre as críticas? Ora, bem sabe ela, e o PT, que sem o apoio do governador, o partido corre sério risco de perder a Prefeitura. Basta conversar com as pessoas nas ruas para compreender a opinião que se tem sobre a atual gestão.
Não à toa, o freio de arrumação proporcionado pela vinda de Dilma na semana passada foi mais comemorado por lideranças do PT, do que mesmo do PSB, o que desfaz a tese de que o maior prejudicado com o rompimento da aliança seria o governador Cid Gomes. É verdade, sim, que nesse caso, o governador enfrentaria a dura e profissional oposição dos petistas locais. Mas não implicaria, por exemplo, em problemas com a presidente Dilma. Já em relação a Prefeitura, a quebra da aliança deixaria o PT isolado, com o flanco aberto para que se potencializassem críticas sobre uma gestão que não tem lá esses índices tão favoráveis.





Postada:Gomes Silveira
Fonte:Eliomar de Lima

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