Politica - Articulista aponta a incoerência da prefeita

quarta-feira, 14 de março de 2012


Com o título “Luizianne explicita a sua incoerência”, eis artigo do jornalista Messias Pontes. Ele aborda as declarações da prefeita Luizianne Lins (PT) no plano da sucessão municipal. Uma delas: ir para a oposição ao Governo Cid Gomes. Confira:
Declaração da prefeita Luizianne Lins (PT) durante coletiva de imprensa anteontem(12-03-12) foi considerada nos círculos palacianos como mais um afronta ao governador Cid Gomes (PSB). Antes ela havia afirmado que se o Governador não aceitasse apoiar um candidato indicado por ela,
lançaria o senador José Pimentel (PT) para disputar a sucessão municipal. Como o primeiro suplente de Pimentel é o ex-deputado e ex-presidente municipal do PSB, Sérgio Novais, inimigo declarado dos Ferreira Gomes, no caso de eleição do senador, Novais se fortaleceria politicamente e o Governador não contaria com ele na Câmara Alta. Seria uma vingança da Loura.
Cid Gomes tem dito que deseja que o seu PSB permaneça na aliança com o PT com vistas à sucessão municipal de Fortaleza. Contudo tem enfatizado que esse apoio dependerá do nome a ser lançado pela Prefeita. Ela afirmou no ano passado que elegeria até um poste sem luz, e essa declaração soou muito mal no seio dos partidos aliados e, em especial, junto ao Palácio da Abolição. Depois do estrago feito tentou minimizar, mas a emenda saiu pior que o soneto.
Quando ela convoca uma coletiva de imprensa e declara que sem aliança o PT fará oposição a Cid, ela não só afronta o Governador – presidente estadual do PSB – como explicita toda a sua incoerência. Se hoje ela apoia o governo Cid Gomes, inclusive cedendo um dos seus mais fiéis aliados, no caso o deputado Antonio Carlos, para ser o líder do governo na Assembleia Legislativa, é porque considera que o Governador está realizando uma ótima administração. Se de repente ela começa a fazer oposição porque não teve o apoio desejado, mostrará que o apoio de agora não é sincero, mas pura incoerência – para não dizer oportunismo.
Em 2004, o PCdoB apoiava o PT em 17 capitais e teve o apoio do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva e toda a cúpula nacional do partido à candidatura de Inácio Arruda em Fortaleza. Mas afrontando a direção do seu partido, Luizianne lançou sua candidatura e se apresentou como a candidata anti-Lula. À época Lula enfrentava uma maré de impopularidade em função da política macroeconômica herdada dos neoliberais, notadamente a reforma da Previdência. Inácio era tachado pelo grupo da Loura como o candidato chapa-branca.
Maquiavelicamente, o então prefeito Juraci Magalhães (PMDB) sabia que a única maneira de derrotar Inácio Arruda era dividindo a esquerda. Procurou os então deputado João Alfredo (PT) e Sérgio Novais e propôs ajuda para garantir que ela saísse vitoriosa no encontro municipal petista, o que acabou acontecendo com uma diferença de apenas um voto.
Como o candidato peemedebista a prefeito, o ex-secretário de Finanças Aloísio Carvalho , não subia nas pesquisas de intenção de voto como o esperado, Juraci o abandonou à própria sorte e passou a apoiar a candidatura de Luizianne, inclusive financeiramente. Os vereadores que já trabalhavam o nome de Aloísio Carvalho foram orientados a refazer todo o trabalho em favor da candidata petista. Alguns vereadores chegaram a reclamar dizendo que não era fácil, mas Juraci foi enfático: “Convençam seus eleitores a mudar o voto em favor da Luizianne”. Isto foi feito e ela passou Inácio para trás, indo para o segundo turno com o candidato da direita, Moroni Torgan, do PFL.
A campanha petista contra Inácio Arruda foi a mais sórdida e anticomunista dos últimos tempos. O presidente Lula continuou apoiando a candidatura do PCdoB, inclusive gravando para a propaganda eleitoral no rádio e televisão, mas Luizianne, com o apoio de Juraci Magalhães, conseguiu que o TRE proibisse.
O candidato do Partido Comunista Operário (PCO), Antonio Vidal, usou todo o seu tempo no rádio e TV para atacar Inácio Arruda. A direção nacional do PCO tentou anular a convenção que homologou o nome de Vidal, porém mais uma vez o prestígio de Juraci junto ao TRE funcionou, conseguindo manter essa candidatura.
Após a posse de Luizianne, Antonio Vidal publicou um manifesto e declarou à imprensa ter sido usado como laranja pela candidatura petista para atacar Inácio Arruda. Tudo em troca de cargos para ele e sua família, o que acabou não acontecendo. “Fui traído”, desabafou Vidal. Mesmo carregando um pote cheio de mágoas, Inácio Arruda e o seu PCdoB, para não ver Fortaleza ser governada por Moroni Torgan, um político do direitista PFL, foram à luta defendendo a eleição de Luizianne.
Para colaborar com a administração petista, o PCdoB cedeu alguns dos seus melhores quadros para dirigirem a Secretaria Executiva Regional I. O médico Mariano de Freitas, como secretário, revolucionou a SER I, inclusive concluindo o único CUCA da administração.
É oportuno lembrar que em 2008 Cid Gomes apoiou Luizianne, contrariando toda sua família, pois Patrícia Saboia, ex-mulher do ex-deputado Ciro Gomes disputava a Prefeitura pelo PDT. Cid havia se comprometido com a reeleição da petista e cumpriu a palavra, mesmo enfrentando e contrariando seus familiares, inclusive sua mãe, dona Maria José.
Agora, Luizianne Lins passou a afrontar também a direção nacional petista ao afirmar que não aceitará ingerência da direção nacional do seu partido. No entanto deseja que o deputado Rui Falcão, presidente nacional, busque junto ao governador Cid o apoio do PSB ao seu candidato, que ela quer que  seja o secretário municipal de Educação, Elmano Freitas. Ela fez questão de lembrar a campanha de 2004, mas esqueceu que um raio não cai duas vezes no mesmo lugar.
A realidade de hoje é bem diferente de 2004 e 2008. Na sua eleição ela contou com os erros crassos da campanha de Inácio Arruda (PCdoB) e com o decisivo apoio do então prefeito Juraci Magalhães, inclusive financeiro. Juraci declarou após o primeiro turno que havia feito acordo com Tasso para que este derrotasse o “Grandão” (Moroni) que  ele derrotaria o “Dentuço” (Inácio). “Eu cumpri a minha parte”, salientou Juraci.
Para ter o apoio do então prefeito ela fez um acordo dos mais espúrios. A primeira grande incoerência para quem se dizia de esquerda. A segunda foi usar um elemento desqualificado (Antonio Vidal, do PCO) para caluniar Inácio Arruda. Agora explicita a última ao ameaçar levar o PT para a oposição se não tiver o apoio do PSB.
Lamentável!
* Messias Pontes,
Jornalista e Radialista.



Postada:Gomes Silveira
Fonte:Eliomar de Lima

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