BRASIL - Comissão do Senado aprova texto base do Código Florestal

quinta-feira, 24 de novembro de 2011


A Comissão de Meio Ambiente do Senado aprovou a reforma do Código Florestal. A votação só foi possível após um acordo entre o relator Jorge Viana (PT-AC) e o governo para acolher demandas da bancada ruralista. Amanhã, a comissão vai analisar os destaques apresentados pelos senadores que propõem mudanças no texto do petista.
O texto trata da conservação de florestas e o uso da terra. Ele define as porções de florestas a serem preservadas em propriedades rurais, seja para manter a biodiversidade (reserva legal), seja para conservar água e solos frágeis, como encostas.
Senadores alinhados com o agronegócio ameaçavam barrar a votação caso não fossem atendidos em pelo menos três pontos que foram incluídos na emenda do senador Luiz Henrique da Silveira (PMDB-SC), que relatou o código em outras três comissões.
O acordo prevê o fim de restrições para áreas produtivas em encostas com 25° e 45º de inclinação, que traria problemas à produção de leite.
Outra concessão é a anulação das multas para os produtores em situação irregular que aderir ao Programa de Regularização Ambiental. Viana tentou emplacar que a chamada anistia valeria apenas para pequenos agricultores.
Há ainda uma mudança para as faixas mínimas de recuperação em APPs (áreas de preservação permanente). A obrigação para recompor margens de rios em pelo menos 15 metros de mata ciliar para rios até 10 metros de largura passa a valer para todas as propriedades. Para os rios maiores de 10 metros, a recuperação é de no mínimo de 30 metros até 100 metros. Os Estados vão definir as regras.
Após a votação na Comissão de Meio Ambiente, a proposta segue para análise do plenário do Senado. Como foi modificado, terá que passar por uma nova votação na Câmara.
O texto aprovado também fixa um prazo de um ano, prorrogável por mais um, para os proprietários aderirem ao chamado PRA, que os isentará de multas.
Ficam estabelecidas ainda faixas de recomposição das chamadas APPs em margens de rios. Nas últimas semanas, a bancada ruralista pressionou pela dispensa total de reposição para quem desmatou em margens de rios até 22 de julho de 2008.
Também fica previsto que o Brasil poderá impor barreiras comerciais a produtos agrícolas de países que não adotem legislações ambientais "compatíveis" com a brasileira. A medida autoriza a Camex (Câmara de Comércio Exterior) a adotar restrições à importação.
 
Postada:Gomes Silveira
Fonte: O Estado

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