Ceará - Chegada das chuvas já preocupa moradores

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

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Moradores da comunidade 8 de Dezembro, no bairro Canindezinho, temem permanecer na área quando o período chuvoso começar

Atualmente, cerca de 18 mil famílias vivem nas encostas de morros e margens de rios e riachos, em Fortaleza

A aproximação da quadra chuvosa, em Fortaleza, deixa em alerta grande parte da população. São diversos os transtornos causados na cidade pelo volume elevado das chuvas. Se esta realidade preocupa a quem reside em locais mais urbanizados, imagine o que pensam moradores das áreas de risco na Capital.

Existe, hoje, um total de 89 áreas de risco em Fortaleza. De acordo com estimativas da Defesa Civil do Município, são, aproximadamente, 18 mil famílias vivendo em encostas de morros e em margens de rios e riachos, locais considerados impróprios para moradia pelo risco que representam.

Os pontos mais críticos estão no Morro Santa Terezinha, no Mucuripe, Morro do Santiago, na Barra do Ceará, e em comunidades ribeirinhas dos rios Cocó e Maranguapinho. Inundações e desabamentos são os principais desastres causados pela chuva.

Segundo o coordenador geral da Defesa Civil de Fortaleza, Alísio Santiago, já está sendo feito um trabalho de prevenção para a estação chuvosa em 2012.

De acordo com ele, o trabalho é estruturado em três eixos principais: coordenar e monitorar as áreas de risco, promover a limpeza de canais e lagoas e conscientizar comunidades e escolas com trabalhos de educação ambiental, por meio dos Núcleos Comunitários de Defesa Civil (Nudec). Conforme Alísio Santiago, a Defesa Civil tem um mapa de risco por regional, e, para facilitar as ações preventivas, está fazendo o mapa por comunidade.

Pedido de ajuda

Moradores da comunidade 8 de Dezembro, no bairro Canindezinho, estão passando por um momento delicado. Parte deles foram indenizados para deixarem as áreas de risco e tiveram as casas demolidas. Contudo, alguns ainda permanecem. Os que aguardam sofrem com as condições atuais do local e pedem agilidade no processo de retirada. Sujeira e insegurança são as principais reclamações.

As ruas da comunidade, próximas ao Rio Siqueira, estão sem saneamento. O esgoto a céu aberto favorece o aparecimento de ratos e espalha o mau cheiro pelo local. Segundo a aposentada Elza Xavier, 66, as fossas das casas demolidas também agravam esse problema. "O fedor é insuportável, não consigo nem comer direito", reclama.

Segundo os populares, alguns imóveis desocupados servem de abrigo para ação de criminosos e usuários de drogas, aumentando assim a insegurança.

Outro problema é gerado pelo entulho das casas derrubadas. A forte concentração de poeira causa doenças. Segundo a costureira Josefa de Souza, 68, o prazo estabelecido pelo poder público para a retirada dos moradores foi de 60 dias, mas há pessoas que aguardam há cinco meses.

A Secretaria das Cidades explica que o atraso aconteceu porque muitas famílias reclamaram dos valores das indenizações. O órgão decidiu revisá-los para avaliar se as quantias poderiam ser aumentadas. O estudo foi feito, mas, conforme a Secretaria, os valores são os mesmos e, no início de janeiro, serão pagos.
Postada:Gomes Silveira
Fonte:Diário do Nordeste

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