Luizianne rejeita tutela e imposição de condição

domingo, 29 de janeiro de 2012

Sem manifestação pública, a prefeita deixa de lado a recomendação do PT e faz o próprio calendário da escolha
A prefeita Luizianne Lins tem o controle da sua sucessão, no PT. Como em 2004, ela não vai aceitar qualquer interferência externa. E a primeira demonstração explícita dessa realidade foi desconhecer o calendário estabelecido pela direção nacional petista para definir nomes a apresentar aos possíveis aliados, ainda em dezembro do ano passado, garantindo tempo suficiente para as negociações necessárias com os parceiros dos pleitos de 2006, 2008 e 2010.


A manutenção da presente aliança, no Ceará, unindo ao partido dela, principalmente o PSB, PMDB e PCdoB, faz parte da estratégia do PT, não só pelo fato de garantir a perspectiva de o partido continuar administrando uma das mais importantes capitais brasileiras, mas, principalmente, pelo seu projeto nacional. As lideranças estaduais dos aliados são importantes no núcleo central de seus respectivos grêmios e um rompimento, provocado pela prefeita, pode gerar dificuldades indesejáveis.

Se esboça reação, sem trombetear, dentro do seu partido, Luizianne, sabem aqueles que a conhecem, não aceita ficar condicionada ao estabelecido pelo governador Cid Gomes (PSB) para apoiar o candidato a ser por ela apontado, embora, ressalte-se, as premissas estabelecidas por Cid sejam legítimas e deveriam ser observadas por todos quantos têm responsabilidade de indicar nomes para disputar cargo de tão significativa importância como é o de prefeito da Capital, e de resto de todo e qualquer município brasileiro.

Por essas e algumas outras razões, notadamente a do tempo para oficialização das candidaturas, até junho próximo, como estabelece o calendário construído pelo Tribunal Superior Eleitoral, haverá muito espaço para especulações nas cercanias do PT, PSB, PMDB e PCdoB, tanto sobre se continuarão ou não juntos em mais uma eleição, quanto em relação a nomes de pretensos candidatos, esquecendo ou desprezando a existência de 20 e tantos outros grêmios partidários em condições de apresentar representantes à disputa.

Propostas
Bom seria se já fosse do conhecimento do eleitorado o rol de candidatos à Prefeitura de Fortaleza para que eles já pudessem estar discutindo os problemas da cidade e apontando as soluções para todas as dificuldades motivadoras da indignação com a ineficiência dos serviços públicos, sobretudo os essenciais da competência do Município, tais como os de educação, saúde e estrutura viária urbana, sem deixar de apontar o horizonte para as necessidades futuras de uma cidade que precisa dar ordem ao seu indispensável crescimento.

Os balões de ensaio soltos por alguns políticos, ao longo dos últimos meses, lamentavelmente, demonstram a escassez de filiados aos partidos com as qualificações reclamadas a gerir bem Fortaleza. Até o momento, faltando aproximadamente oito meses para a escolha do sucessor da atual prefeita, ninguém, com pretensão de ocupar o Palácio do Bispo, sede do governo municipal, apresentou qualquer ideia plausível de solução para os principais problemas da cidade, embora pródigas tenham sido as manifestações quanto às deficiências reclamadas.

Calendário
Os estatutos do PT definem o dia 30 de março como limite para a decisão se o partido fará ou não prévias para escolher o seu candidato. A prefeita estabeleceu o dia 13 de fevereiro, data histórica para o partido, a ser comemorada com um grande evento, na Capital, como o início de uma campanha interna, civilizada, para evitar prejuízos futuros e permitir que no início de abril ela tenha condições de iniciar as conversações com os representantes das demais forças politicas, hoje aliadas, começando pelo governador Cid Gomes, a quem apresentará os dois ou três nomes saídos das entranhas petista, com o dela, naturalmente, encabeçando a lista.

Elmano de Freitas da Costa, atual secretário de Educação, é o seu preferido. Ela não economiza elogios a ele. O fato de ser Elmano ligado ao MST, um dos movimentos de trabalhadores rurais mais questionados no País, não arrefece sua disposição de seguir com ele, talvez por ser, como dizem alguns, o contraponto a Renato Roseno, do PSTU, tido como um dos fortes opositores nesse campo da na disputa.


Postada;Gomes Silveira
Fonte:diário do Nordeste

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