Politica - 2014 começa em 2012

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

O governador não quer passar para a história como um gestor que se preocupou mais com obras faraônicas, deixando os cearenses em segundo plano
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O desfecho da corrida eleitoral de outubro próximo deixará montada parte do tabuleiro das disputas seguintes. No ambiente local, envolverá, principalmente, a sucessão do governador Cid Gomes e do senador Inácio Arruda (PCdoB). É nessa perspectiva que devem ser vistas as articulações do momento, de todas as forças políticas. Das hegemônicas às inexpressivas. É, também, nesse pano de fundo onde se inserem as perspectivas de Luizianne Lins a partir do dia 1º de janeiro de 2013. Na reportagem deste domingo do O POVO, assinada pela repórter Marcela Belchior, são cinco os possíveis cenários para a petista: alçar voos mais altos, como disputar o Governo do Estado ou o Senado, assumir um posto no Governo Federal, voltar à Universidade ou optar pela maternidade.


O CENÁRIO E AS PREFERÊNCIAS
Notemos que todas as opções têm relação direta com o sucesso ou fracasso da prefeita em fazer o sucessor. Não se concebe que sendo a principal fiadora de uma hipotética vitória do PT na Capital, Luizianne, simplesmente, volte às salas de aula ou se recluse e passe a se dedicar à criação de um segundo filho. Assim como é difícil considerar que a petista, uma vez derrotada nas urnas, tenha estofo político para entrar na briga pela cadeira de Cid ou pela a vaga aberta com o fim do mandato de Inácio. E o que isso tem a ver com o atual momento, de articulações partidárias e o processo de escolha do candidato do PT? Só tudo. Como este colunista já enfatizou em edições anteriores, a força de Luizianne pós-Prefeitura vai depender do resultado eleitoral e, em caso de vitória, do nível de ascendência que tiver sobre o futuro prefeito. Isso explica a preferência dela pelo nome de Waldemir Catanho, já descartado, e agora por Elmano de Freitas.
O QUE FIZERAM CID E LULA
A incógnita mesmo ficaria em relação a Luizianne assumir um posto graduado no governo Dilma. Primeiro porque isso não seria incompatível com outras opções. Ou seja, Luizianne poderia ir para o Governo Federal, independentemente de entrar ou não na corrida majoritária em 2014. Seria até uma estratégia, para continuar com boa visibilidade no período em que não estiver em mandato eletivo. Ao sair da Prefeitura de Sobral, em 2005, Cid foi aos Estados Unidos, trabalhar em uma espécie de consultoria do BID. Sem, claro, perder contato com a política cearense. Dois anos depois, candidatou-se e foi eleito governador. A questão é saber se o resultado eleitoral deste ano influenciará no destino político da prefeita, nesse ponto. O então presidente Lula era useiro e vezeiro em acomodar aliados derrotados nas estruturas governamentais. Agora, em 2012, Dilma terá a primeira eleição no transcurso da gestão. Portanto, ainda não dá para saber qual será a marca da presidente em relação a isso.
A NOVA PROPAGANDA DO PALÁCIO DA ABOLIÇÃO
No Brasil, por uma dessas distorções de nossa cultura política, a propaganda oficial sempre construiu a imagem dos governos. Deveria ser algo institucional, que se prestasse a manter a sociedade informada sobre o que fazem – ou deixam de fazer – os gestores. Em vez disso, usualmente, ajudam a esculpir a marca do político de plantão. Dito isso, uma constatação: o governo Cid Gomes está redirecionando sua máquina de comunicação. Saiu, parcialmente, o endeusamento de grandes obras e megaprojetos e entrou o fator gente. A humanização das peças publicitárias transformou atores e modelos, antes apenas um acessório em atos de inauguração, simulando o corte de uma fita, em pessoas reais. Vemos, agora, cidadãos e cidadãs depondo sobre supostos benefícios e facilidades a partir de determinadas ações do Palácio da Abolição. O slogan principal do governo também mudou. Na expressão “Construindo um Novo Ceará” foi acrescido “Pra Você”.
O GOVERNO E A HISTÓRIA
Competente e profissional da politica, Cid não é dado a improvisos e achismos na gestão que comanda. Não será, pois, de admirar, se a nova fase da propaganda do Governo do Estado refletir algum tipo de demanda de opinião pública, captada através de pesquisas. Cid estaria determinado a dar uma guinada em seu governo? Ainda é cedo para dizer isso. Mas, por ora, já dá para afirmar que o governador não quer passar para a história como um gestor que se preocupou mais com obras faraônicas, deixando os cearenses em segundo plano.

Postada:Gomes Silveira
Fonte:O Povo

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