Em clima de “tapas e beijos”, a aliança Cid-Luizianne continua

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012


Eis comentário de Erico Firmo, em sua Coluna Política no O POVO desta terça-feira. Ele aborda a visita de Dilma, em clima de bombeiro que veio para apaziguar a aliança política entre o governador Cid Gomes (PSB) e a prefeita Luizianne lins (PT). Confira:
Dilma, os simbolismos e a aliança no Ceará
A frente governista no Ceará se mantém sempre aos trancos e barrancos, raramente tem paz e caminha sempre no fio da navalha. Mas há fortes laços que os mantêm unidos. Um deles é a percepção de que, separados, nenhum dos grupos detém sozinho a hegemonia total no Estado. O outro são os fiadores da aliança.
O principal deles é o ex-presidente Lula. A lista também inclui Dilma Rousseff – menos pela sua força pessoal, mais pelo que representa: a Presidência da República. Até a noite de ontem, não havia vazado informação sobre tratativas políticas entre a presidente, o governador Cid Gomes (PSB) e a prefeita Luizianne Lins (PT). Ainda assim, a visita de ontem foi repleta de simbolismos. O principal deles, a presença de Cid e Luizianne juntos em toda a agenda, ao contrário do que estava previsto, segundo as respectivas assessorias. Em agosto do ano passado, na primeira visita presidencial de Dilma ao Ceará, a prefeita não participou dos compromissos, todos fora da Capital naquela oportunidade. Outro simbolismo foi a declaração da presidente em relação ao governador. Na última visita dela ao Ceará, há menos de um mês, os dois haviam se desentendido. Reservadamente, Dilma cobrou do governador sobre a demora nas desapropriações para as obras da Transnordestina. Colocou em xeque, assim, a competência administrativa da gestão estadual. Ontem, ela publicamente disse o contrário. Ressaltou sua competência e citou a formação de engenheiro que o capacita a resolver problemas de difícil resolução. Com isso, ela colocou uma pedra sobre o problema passado e restituiu a sempre positiva relação entre ambos – bem acima da média mantida com a maioria dos governadores. Além disso, Dilma demonstra toda sua deferência em relação a Cid. Assim, sinaliza ao PT que não aprova, de maneira alguma, a hipótese de rompimento.
O Ceará tem importância nacional na base de sustentação governista e a principal razão para isso é a presença política da família Ferreira Gomes. De Brasília, todos os esforços serão no sentido de manter a aliança. E, ontem ficou claro, a pressão recairá mais sobre o PT que sobre o governador. Cid até provocou a presidente a falar sobre o assunto, durante o almoço, conforme informam os repórteres Ranne Almeida, Lucinthya Gomes e Pedro Alves, no O POVO. Mas a presidente se esquivou e jogou a peteca para o presidente do PT, Rui Falcão. Não é o ofício dela adentrar pelos meandros da política. Mas o mero ritual cumprido ontem representou mensagem eloquente.
Como dizia, no O POVO de ontem, o deputado federal José Guimarães (PT): “Claro que ela não vai tratar dessa questão aqui, mas a presença dela demonstra que o PT precisa estar aliado ao PSB e vice-versa. Ela não vem tratar disso, mas a presença dela diz isso”.






Postada:Gomes Silveira
Fonte:Eliomar de Lima

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